sábado, janeiro 22, 2011

ilusões .

Não tinha olhos, mas de alguma forma eu poderia jurar que me encarou por um momento e depois cansou, crendo na minha indiferença.
Eu queria contar segredos, pensamentos e sonhos, mas como, se eu mal conseguia olhá-lo?
De onde estava eu poderia muito bem me arriscar e finalmente encará-lo, olho no olho.
Mas não. Às vezes desejava que estivesse longe, bem longe. Para que eu não pudesse ver, tocar ou sequer notar sua presença. Foi então que eu criei “coragem” e o toquei.
Mas não fui brava o bastante para falar, eu simplesmente o guardei.
De algum modo ele permanece dentro de mim. E pode ter certeza, um dia, sabe-se lá quando, eu o chamo pra sair.

Anita Hassin 

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