domingo, novembro 13, 2011

é mais que saber, é ser.

Eram seis horas, e ela não sabia. Estava feliz sem saber.
De repente a avisavam, ela se espantava se queixava e silenciava-se.

Respirava, digeria a informação e ouvia um murmúrio, um lamento, uma canção.

Observava, se questionava novamente, e perguntava das horas,
Eram seis e cinco, informavam.
Não se questionava ou se debatia, aceitava e silenciava.
Simplesmente acenava com a cabeça e a abaixava, tentava inutilmente compreender o que uma duas ou mais vozes tentavam falar, gritar, cantar...

Respirava, contemplava o que ela mesma não sabia e não ouvia.

Encarava-me, como se eu tivesse feito algo errado, como se a culpa do entardecer fosse minha.
Mas ela não sabia que horas eram. Nunca saberia, nunca soubera.
Nunca saberia o que falavam, o porque falavam e nem que dia era hoje.
Para ela não existiam dias, existia o agora.
O agora inconsciente, sem hora, sem dia, sem vozes.
E ela era feliz assim,
Era feliz por não saber, por não ouvir, por não perceber.
Era feliz, e nunca sequer precisou saber pra que.

ela esquecia...

Caminhava enquanto se esquecia,
E abria os olhos e via,
Era a vida.

Fechava os olhos, se lembrava
De tudo aquilo que no próximo segundo,
Esqueceria.

Esquecia que caminhava e vivia,
Vivia para esquecer que caminhava.
Ela só sabia que abria e fechava os olhos,
De resto, só vivia.

eram três, restam dois

Tivera um amor, dois amores,
Amara.
Amava.
Amou.

Caminhou um dia, dois dias,
Vivera,
Vivia,
Continuaria vivendo.
[e amando.